O desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), proibiu o jornal O Estado de S. Paulo e portal Estadão de publicar reportagens contendo informações da Operação Faktor da Polícia Federal, mais conhecida como Boi Barrica. O recurso judicial, que provocou a censura, foi apresentado pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A decisão judicial recebeu amplo repúdio da FENAJ, ABI, OAB e ANJ. O presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, lamentou a frequência com que o Judiciário tem atendido aos pedidos de censura prévia. “Isso é inconstitucional. Isso é incompatível com o Estado Democrático de Direito”, afirmou. “Essa decisão prejudica o Estado, prejudica os jornalistas, mas atinge, sobretudo, o cidadão, que tem direito de acesso à informação.” O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo, qualificou a decisão da Justiça de Brasília de absolutamente inconstitucional. “O preceito constitucional não deixa margem a dúvida e é inadmissível que um magistrado, de qualquer instância do Poder Judiciário, atropele o texto constitucional como faz essa liminar que impede O Estado de fazer referência e dar notícias sobre o senhor Fernando Sarney”.