Em audiência do 10º Juizado Criminal Especial do Rio de Janeiro, dia 1º de fevereiro, o processo do empresário Nelson Tanure contra os sindicalistas Fred Ghedini, Aziz Filho, Luis Chaves e o repórter Murilo Fiúza de Melo foi arquivado porque Tanure faltou à audiência. Em apoio aos jornalistas processados, a FENAJ também acompanhou a audiência no Rio, através de seu diretor Adalberto Diniz. O vice-presidente da FENAJ e presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, Fred Ghedini, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio, Aziz Filho, o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, Luis Chaves, e o repórter Murilo Fiúza de Melo foram processados pelo empresário Nelson Tanure por calúnia e difamação, em função de uma matéria publicada na revista Lide, da entidade representativa dos jornalistas da capital carioca. A matéria tratava da redução do número de funcionários do Jornal do Brasil e da Gazeta Mercantil, controlados por Tanure, e da pressão para que diversos profissionais aceitassem contratos como Pessoa Jurídica (PJ), sem direitos assegurados pela CLT. Para o juiz Juarez Costa de Andrade, além de constranger os processados, o acusador mostrou desinteresse na ação ao faltar a duas audiências consecutivas. Por isso, ele determinou o arquivamento do processo e o pagamento das custas judiciais. O coordenador jurídico do grupo de Tanure, Alexandre Carneiro Monteiro anunciou que haveria recurso à decisão. Os repórteres Lourival Sant’Anna e Alberto Komatsu, do jornal O Estado de São Paulo, autores de matérias sobre o empresário, também foram agredidos em matérias sem assinatura publicadas no Jornal do Brasil e Gazeta Mercantil, além de serem ameaçados com processos judiciais. Outro ataque desferido contra os jornalistas e sua organização ocorreu no dia 31 de janeiro, em matéria apócrifa publicada no JB On Line. A matéria atribuiu a Sérgio Murillo de Andrade, presidente da FENAJ, declarações críticas à gestão do ex-presidente da entidade e atual diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado, Armando Rollemberg. Sérgio Murillo reagiu com indignação: “os jornais do Tanure inventam declarações e publicam mentiras. Em momento algum fui entrevistado sobre este assunto. É completamente fantasiosa a matéria e seu conteúdo desrespeita regras elementares do jornalismo”, protestou. No dia 30 de janeiro o Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), aprovou moção de apoio aos jornalistas processados.