O Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (Sindijornalistas) realizou em Vitória (ES), no dia 8 de dezembro, uma manifestação pública para protestar contra a incapacidade do Estado em oferecer respostas e punição para os culpados pelo grampo nos telefones da Rede Gazeta de Comunicações, que completou naquela data um ano que o caso foi descoberto. Quem mandou grampear? Essa é a pergunta que jornalistas e a sociedade capixaba fazem desde dezembro de 2005, quando cerca de 200 jornalistas tiveram suas conversas grampeadas, através da interceptação telefônica da central de celulares da Rede Gazeta de Comunicações, em Vitória, com o aval da Justiça, a pedido da Polícia Civil. O episódio provocou reações na imprensa local e nacional, mas a única resposta obtida foi a exoneração do então secretário de Estado de Segurança Pública, Rodney Miranda. O inquérito policial concluiu que houve um erro da operadora Vivo, que forneceu o número da central da empresa de comunicação à polícia como se fosse de uma empresa de fachada, cujos proprietários teriam envolvimento com o assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Esse fato foi desmentido pela própria Vivo, em documento enviado à Polícia Civil, durante o período de apuração do assassinato do juiz. O documento informava que o telefone interceptado pertencia à Rede Gazeta de Comunicações. O documento está anexado ao processo de apuração do assassinato de um juiz que combatia o crime organizado instalado no Espírito Santo. Para o assessor jurídico do Sindijornalistas-ES, André Moreira, não há dúvidas que houve intenção de interceptar as ligações telefônicas dos jornalistas da Rede Gazeta. “O que nós ainda não sabemos é o motivo do grampo”, afirmou.