O repórter Guilherme Portanova e o auxiliar técnico Alexandre Coelho Calado, da Rede Globo, foram seqüestrados quando tomavam café em uma padaria na capital paulista no dia 12 de agosto. Na tarde do mesmo dia, Calado foi libertado e trouxe um DVD que deveria ser exibido pela emissora em rede nacional ou Portanova seria assassinado. A gravação continha exigências do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Após 24 horas da exibição da fita, Portanova foi libertado, próximo à emissora. A FENAJ, em nota oficial, condenou o seqüestro da equipe da Rede Globo, ao mesmo tempo em que alertou a sociedade brasileira para a gravidade de situações que colocam em risco a atividade jornalística no país. O seqüestro é um crime hediondo e, portanto, injustificável em qualquer situação, diz a nota, acrescentando que neste “caso específico é ainda mais repudiável por se tratar de uma ação contra dois trabalhadores no exercício de suas funções profissionais com o objetivo de impor uma exigência à empresa empregadora”. A nota exige ainda uma urgente revisão das políticas de segurança e carcerárias em curso no país e salienta que “até desenvolvermos patamares mínimos de cidadania, a imprensa – e os jornalistas em especial – passam a ser objetos possíveis de ataques”. Ainda no documento, a FENAJ aprova a atitude da Rede Globo de atender as exigências dos seqüestradores. “Para nós, a ação da Rede Globo não configura qualquer submissão a grupos criminosos, mas sim um ato de valorização da vida humana”.