O jornalista canadense Renaud Philippe e sua esposa, a cineasta e antropóloga Ana Carolina Mira Porto, foram agredidos violentamente, ameaçados e roubados, quando apuravam denúncia de ataques a indígenas Guarani e Kaiawá, que lutam pela retomada e demarcação de suas terras, na divisa do Brasil com o Paraguai. A dupla ouviu a denúncia de que estavam ocorrendo conflitos em Iguatemi, durante uma assembleia indígena, em Caarapó. Renaud e Ana Carolina então se dirigiram para o local, na companhia de um engenheiro florestal. Ainda na rodovia MS-386, que dá acesso à área dos Kaiawá, foram abordados por agentes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), da Polícia Militar do estado. Os agentes disseram a eles que nada estava ocorrendo de errado na área indígena. Eles voltaram a Iguatemi para comunicar a órgãos públicos a situação. Em nova tentativa de entrar na área indígena, cerca de uma hora depois de terem sido abordados por agentes do DOF, encontraram a estrada bloqueada por dezenas de caminhonetes. Ao descerem do carro, eles foram cercados por homens encapuzados e armados. Renaud e Ana Carolina tentarem se identificar, mas imediatamente começaram a ser agredidos. Ambos foram jogados no chão. Renaud foi espancado e teve parte de seu cabelo arrancado. Ana Carolina foi arrastada e ameaçada com uma faca. Além da violência física e psicológica, o casal foi roubado. Os homens levaram celulares, documentos, cadernos com anotações e os equipamentos fotográficos e cinematográficos. Uma viatura da PM de MS passou pelo local, mas ignorou os pedidos de socorro dos dois. Eles foram salvos pela Força Nacional. A tentativa dos indígenas de retomada de parte da área, onde está a Fazenda Maringá, foi enfrentada por jagunços. Vários indígenas foram feridos.