O jornalista Luís Nassif, do jornal on-line GGN, tornou-se vítima de um asfixiamento financeiro por decisões judiciais. Em cinco processos diferentes, ele e/ou sua empresa foram condenados a pagar indenizações por danos morais a terceiros.
Em 16 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reverteu sentença de primeira instância e o condenou a pagar indenização a Eduardo Cunha, ex-deputado federal, condenado e preso. Nesse processo, a justiça determinou o bloqueio de R$ 50 mil em sua conta pessoal e estão sujeitas a bloqueio todas as fontes de receita do Jornal GGN.
Em outra ação, o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou bloqueio de R$ 30 mil, em conta conjunta do jornalista com sua esposa. A ação é consequência de uma fotomontagem na qual, por engano, foi utilizada uma foto de homônimo. Mesmo com o reconhecimento do erro, houve uma condenação em tempo recorde pelo juiz de 1a instância, confirmada por um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Nassif também terá de indenizar o governador João Dória, que entrou com uma ação contra o GGN, por causa de um artigo de um colaborador. O governador pediu uma indenização de R$ 50 mil; o juiz aumentou de ofício para R$ 100 mil.
O jornalista e o GGN também foram processados pelo desembargador Luiz Zveiter, que tem contra ele vários inquéritos instaurados pelo Conselho Nacional de Justiça. Na primeira instância, eles foram condenados a pagar R$ 100 mil, com obrigatoriedade de pagar imediatamente, sob pena de mandar o nome do jornalista para o Serviço de Proteção ao Crédito. O juiz também proibiu novas críticas ao desembargador.
Numa quinta ação, proposta pelo Movimento Brasil Livre (MBL), o juiz de primeira instância absolveu o jornalista, mas um desembargador reformulou a sentença e o condenou ao pagamento de R$ 10 mil. Na ação o MBL acusava Nassif de ter dito que o movimento recebeu dinheiro da Lava Jato. O texto tratou da eficácia do grupo de ter conseguido eleger bancadas com R$ 5 milhões de financiamento.