Durante um ano, três deputados estaduais capixabas – Rudinho de Souza, Euclério Sampaio e Cabo Elson – participaram, como membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa, que investigava o grampeamento ilegal de telefones no Estado. Eles iniciaram o trabalho garantindo que gerariam um relatório consistente e estarrecedor sobre os fatos investigados. Em dezembro de 2006, porém, encerrada a legislatura, nenhum relatório foi apresentado. O Jornal Século Diário obteve as atas das reuniões da CPI, compilou e organizou todas as informações nelas contidas e divulgou numa série de matérias assinadas pela repórter Cristina Moura. A jornalista foi ameaçada de morte por meio de telefonema anônimo, após a publicação da série de reportagens sobre CPI do Grampo. O Sindicato dos Jornalistas do Estado Espírito Santo junto com a FENAJ denunciou o caso ao Ministério da Justiça e ao Ministério Público Federal; a todos os órgãos de direitos humanos internacionais, à Secretaria Nacional de Direitos Humanos e à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal. Em dezembro de 2006, o sindicato já havia protocolado uma Ação Civil Pública contra o governo do Estado e a operadora de telefonia celular Vivo.