Na madrugada de 8 de setembro, um grupo de desconhecidos rendeu o pessoal da segurança da Central Marília de Notícias (CMN), para, em seguida, espalhar gasolina e provocar um incêndio no local, causando sérios danos materiais. O ataque atingiu o Diário de Marília e das estações de radio Dirceu AM e Diário FM, que funcionam na sede da CMN, em Marília (SP). Os motivos estariam relacionados à linha editorial dos veículos que denunciavam supostas irregularidades na administração municipal de Marília. Bruno Gaudêncio Coércio, Amarildo Barbosa e Amauri Delábio Campoy foram condenados a 12 anos de prisão, por planejar e executar o atentado. A sentença do juiz José Roberto Nogueira Nascimento, em 38 páginas, confirmou que a diretoria das empresas não teve qualquer envolvimento no caso e aponta a gravidade do atentado contra a liberdade de imprensa. Segundo o jornal Diário de Marília, “a condenação encerra também um período histórico de 138 dias de pressão e intimidação após o crime, inclusive com uma onda de boatos, promovidos pelo grupo do ex-prefeito Abelardo Camarinha, principal acusado de ser mandante do crime”. O juiz acompanhou a acusação feita pelo Ministério Público e pelos advogados Telêmaco Luiz Fernandos Júnior e José Cláudio Bravos na avaliação sobre o motivo para o crime: os bandidos queriam calar o jornal e as rádios e impedir reportagens que a linha editorial crítica vinha produzindo. “O propósito dos acusados era, inegavelmente, atear fogo no prédio da empresa CMN com o intuito de inutilizar as duas rádios que ali funcionavam e também o jornal, impresso naquele mesmo local”, diz o juiz na decisão.