O Governo do Espírito Santo, com o aval da Justiça, grampeou os telefones das redações da Rádio CBN, do jornal A Gazeta e da TV Gazeta. O fato foi denunciado no dia 9 de dezembro, pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado e a FENAJ, lembrando que a Constituição Federal garante o sigilo da fonte no exercício da profissão de jornalista. A escuta telefônica ilegal foi feita em três períodos: 5 a 19 de agosto de 2004, 23 de março a 3 de abril e 11 a 25 de abril de 2005. O inquérito da polícia do Governo do Estado conclui que o número central da Rede Gazeta foi incluído por engano, por funcionário da Vivo, na lista de linhas para escuta na investigação. Ele teria confundido, na digitação, os números das linhas da empresa Gazeta com a empresa supostamente ligada ao acusado da morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, o que teria induzido as autoridades ao erro. A FENAJ e o Sindicato avaliam que a conclusão do inquérito é absurda. Os documentos que as entidades entregaram ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e que estão com a Polícia Federal, provam que os responsáveis pela escuta ilegal tinham conhecimento que o telefone era da Rede Gazeta. Em nota oficial, a FENAJ e o Sindicato afirma que, diante de diversas provas e evidências, “não é possível conviver mais uma vez com a impunidade”. Para as entidades, as apurações do “grampo” apenas reforçam o pedido de federalização das investigações feito ao ministro da Justiça e à Procuradoria Geral da República, em 15 de dezembro de 2005 e, até o momento, sem respostas.