“O jornalista Alexandre Aprá, responsável pelo portal Isso é notícia, foi indiciado pela disseminação de “fake news”, por ter denunciado e pedido investigação da contratação de um detetive particular para tentar criminalizá-lo. O inquérito instaurado a partir da denúncia de Aprá foi arquivado e, numa nova forma de perseguição, o jornalista foi indiciado em outro inquérito, instaurado a partir da “Operação Fake News”, deflagrada pela Polícia Civil. Em Agosto do ano passado, um detetive particular foi flagrado tentando colocar um aparelho de rastreamento no carro do jornalista, com o objetivo de forjar um flagrante de tráfico de drogas ou de pedofilia contra o profissional, que apresentou uma notícia-crime na Polícia Federal. Mas o caso foi encaminhado ao Ministério Público Estadual e, Posteriormente, à Polícia Civil, que arquivou o inquérito. O detetive foi filmado declarando que os Contratantes do serviço eram o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UB) e a primeira-dama, Virginia Mendes, por intermédio do empresário Ziad Fares, dono da ZF Comunicação, uma das cinco agências de
publicidade que atendem o Governo do Estado. Em depoimento, o detetive armou que citou o governador, a primeira-dama e o empresário em conversas com seu auxiliar (que foram gravadas e constam do inquérito) apenas para tranquilizá-lo efi
negou a participação dos citados. O governador, a primeira-dama e o empresário não tomaram nenhuma medida judicial contra o detetive, mas moveram ações
contra o jornalista. O delegado responsável pelo caso, Ruy Guilherme Peral da Silva, declarou em entrevista não ser possível identificar os contratantes dos serviços do detetive e também entendeu que o detetive não cometeu crimes
contra a honra por ter sido filmado usando “tácticas investigavas”.”